Higienização de Reservatórios e Caixas D’Água
Com o passar do tempo os reservatórios e caixas d’água podem acumular sujeira, resíduos químicos, microrganismos e até vírus e bactérias, representando um grande perigo para a saúde. Sendo um recurso vital, a água deve ser armazenada em locais livres de contaminantes e sujeiras.
A presença de impurezas nestes locais podem causar doenças como hepatite A, diarreia e leptospirose, alguns dos problemas de saúde pública que ainda ocorrem em muitas regiões do planeta. Manter os reservatórios limpos preserva a estrutura das instalações e bombas d’água, reduz os custos de manutenção e evita a necessidade de reparos ou substituições.
Pontos principais do artigo
- O que é higienização de reservatórios e sua importância
- Problemas causados pela falta de higienização
- Métodos mais eficazes para higienização
- Normas para higienização de reservatórios
- Dicas de manutenção preventiva
O que é Higienização de Reservatórios e por que é importante?
A higienização de reservatórios e caixas d’água é o procedimento de limpeza e desinfecção de reservatórios, bombas d’água e caixas d’água, garantindo que a água armazenada esteja sempre livre de contaminantes físicos, químicos e biológicos.
Durante o processo de higienização todos os sedimentos, algas, bactérias e compostos sólidos ou orgânicos são removidos para que não possam comprometer a qualidade da água, preservando sua potabilidade para o consumo humano e outros usos.
A higienização periódica é uma exigência legal em diversos setores, incluindo indústrias, comércios e condomínios, sendo regulamentada por normas que asseguram a pureza e a segurança da água distribuída.
Importância para a saúde
Reservatórios e caixas não higienizados podem ser fontes de doenças de veiculação hídrica, como cólera, febre tifóide, hepatite A e infecções gastrointestinais. A manutenção adequada previne a proliferação de microorganismos e protege a população de riscos, assegurando o consumo de água limpa e sem patógenos.
Preservação de infraestruturas
Além de proteger a saúde coletiva, a higienização regular prolonga a vida útil dos reservatórios, evitando a corrosão e o desgaste causados por sedimentos e contaminantes. Isso reduz custos com reparos ou substituições e contribui para a eficiência do sistema de distribuição de água.
Principais problemas causados pela falta de higienização
Em 2020 mais de 200 mil pessoas foram internadas vítimas de alguma infecção provocada pelo consumo de água contaminada no Brasil. A falta de higienização dos reservatórios, bombas e caixas d’água gera uma série de agravos como:
Contaminação da água
A falta de higienização permite o acúmulo de resíduos e a proliferação de microrganismos como bactérias, vírus e parasitas. Isso leva à transmissão de doenças graves, como hepatite A e amebíase, comprometendo a saúde dos consumidores.
Criadouros de mosquitos e vetores transmissores de doenças
Reservatórios sujos e mal vedados acumulam água parada, criando um ambiente ideal para a reprodução de mosquitos, como o Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya, aumentando os riscos de surtos na região.
Perda da qualidade da água
Sedimentos e sujeiras acumulados alteram a qualidade da água, gerando odor desagradável, sabor estranho e coloração imprópria, tornando-a imprópria para consumo, mesmo quando não há contaminação biológica evidente.
Danos estruturais em reservatórios mal cuidados
A sujeira acumulada acelera a corrosão e o desgaste da estrutura dos reservatórios, provocando rachaduras e vazamentos. Isso aumenta os custos com reparos ou até mesmo a necessidade de substituir equipamentos e bombas.
Métodos mais eficazes para higienização de reservatórios e caixas d’água
Medidas tradicionais
Escovação manual
A escovação manual consiste em limpar as paredes internas dos reservatórios com escovas rígidas, removendo sujeiras e incrustações visíveis. É um dos métodos mais acessíveis e amplamente usados, mas apresenta limitações, como a dificuldade de alcançar áreas menores e o desgaste das superfícies, que compromete o revestimento interno do reservatório.
Uso de cloro e hidrojateamento
O cloro é usado para eliminar microrganismos, enquanto o hidrojateamento baseia-se na aplicação de jatos de alta pressão para remover sujeiras incrustadas. Essa combinação é eficaz para limpeza superficial e desinfecção inicial. No entanto, o hidrojateamento pode danificar revestimentos e aumentar o consumo de água, além de o uso excessivo de cloro provocar impactos ambientais negativos quando usado de forma desequilibrada.
Métodos modernos e tecnológicos
Uso de biocidas desincrustantes
São produtos específicos usados para dissolver biofilmes e remover incrustações, eliminando microrganismos com alta eficiência. Esse método é ideal para alcançar áreas difíceis e evitar o desgaste das superfícies. Como vantagem, oferece maior eficácia e menor impacto ambiental, mas pode demandar custos iniciais mais altos e a necessidade de mão de obra especializada.
Aplicações com baixa pressão
Alternativas como os jatos de água em baixa pressão ajudam a preservar o revestimento interno dos reservatórios e evitam a geração de resíduos abrasivos. Além de reduzir o impacto ambiental, essa técnica mantém a integridade estrutural e diminui a necessidade de reparos futuros. A principal limitação, porém, é a menor eficácia na remoção de sujeiras muito incrustadas, exigindo combinação com outros métodos.
Com que frequência a higienização dos reservatórios e caixas d’água deve ser realizada?
De acordo com as normas brasileiras, como a Resolução RDC nº 275/2002 da Anvisa e as orientações do Ministério da Saúde, a higienização de reservatórios e caixas d’água deve ser realizada pelo menos a cada 6 meses.
Essa frequência garante a manutenção da qualidade da água, prevenindo a contaminação por microrganismos, sedimentos e outras impurezas. Este intervalo vale tanto para caixas d’água residenciais como para reservatórios de indústrias ou sistemas de tratamento de água.
Em setores como o alimentício, farmacêutico ou hospitalar, cujo uso de água pura é essencial, a frequência deve ser trimestral ou até mensal, conforme auditorias internas ou outras exigências regulatórias.
Estabelecimentos coletivos em geral
Locais com alta circulação de pessoas, como hospitais, escolas, restaurantes e condomínios, exigem intervalos menores, geralmente a cada três meses, devido ao maior risco de contaminação e ao consumo elevado de água.
Além disso, regiões com histórico de água turva ou interrupções no abastecimento devem considerar limpezas mais frequentes para evitar problemas como incrustações e proliferação de patógenos.
Como realizar a manutenção preventiva de forma eficaz?
A manutenção preventiva de reservatórios e caixas d’água é essencial para garantir a qualidade da água e reduzir o acúmulo de sujeira ou agentes contaminantes entre as higienizações profissionais. A manutenção doméstica preventiva pode ser feita com sucesso seguindo algumas dicas:
1. Inspeções visuais na caixa d’água
Entre as limpezas domésticas, faça inspeções periódicas, verificando sinais de sujeira, corrosão, rachaduras ou vazamentos.
2. Vedação adequada
A tampa da caixa d’água ou reservatório deve estar sempre bem vedada para impedir a entrada de insetos, roedores, folhas ou outros resíduos externos. Certifique-se de que a vedação não apresenta furos ou desgaste.
3. Inspeções visuais na água
Olhe regularmente o interior da caixa d’água, verificando a presença de sedimentos no fundo, alteração na cor da água ou odor desagradável. Qualquer sinal de anormalidade indica que uma intervenção pode ser necessária antes do prazo habitual de limpeza.
4. Evite o acúmulo de sujeira externa
Mantenha o entorno da caixa d’água ou reservatório sempre limpo e organizado. Evite o crescimento de plantas, armazenar materiais ou a presença de animais ao redor do local, pois eles podem atrair contaminantes e danificar a estrutura.
Benefícios da manutenção preventiva
- Prolonga a vida útil dos reservatórios.
- Reduz custos de reparo.
- Garante o consumo de água limpa e segura.
- Minimiza o risco de doenças relacionadas à água contaminada.
- Evita surtos de diarreia e a contaminação de alimentos consumidos crus.
Conclusão
A higienização de reservatórios e caixas d’água é mais do que uma prática de limpeza; trata-se de uma medida indispensável para proteger a saúde pública e garantir o fornecimento de água limpa e segura para consumo.
Além de evitar doenças graves causadas pela contaminação hídrica, como hepatite A e amebíase, o cuidado com essas estruturas previne o surgimento de criadouros de mosquitos transmissores de doenças e preserva a qualidade sensorial da água.
Investir em métodos modernos e sustentáveis de higienização, aliados à manutenção preventiva, oferece inúmeros benefícios. Essas práticas prolongam a vida útil dos reservatórios, reduzem os custos com reparos e substituições, e asseguram o funcionamento eficiente dos sistemas de distribuição de água.
Para atender às normas brasileiras e proteger a população, é essencial realizar limpezas periódicas, especialmente em locais de grande circulação ou com maior risco de contaminação. Ao adotar medidas simples, como inspeções visuais e vedação adequada, é possível complementar a higienização profissional e garantir uma água de alta qualidade.
Priorizar esses cuidados reflete um compromisso com a saúde, o meio ambiente e a eficiência estrutural, contribuindo para um abastecimento de água mais seguro e sustentável para todos.
Perguntas frequentes
Quem pode fazer a higienização de reservatórios com alto volume de água?
Conforme as leis brasileiras, a higienização de reservatórios com alto volume de água deve ser realizada por empresas especializadas que atendam às normas da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e as exigências do Ministério da Saúde, como a RDC nº 275/2002. Essas empresas devem ter profissionais capacitados e usar equipamentos adequados para garantir a segurança e a qualidade da água.
Quanto custa o serviço de higienização de reservatórios e caixas d’água?
O custo varia conforme o tamanho do reservatório, localização, método de limpeza utilizado e o estado de conservação. Em média, o preço pode ir de R$150 para caixas residenciais pequenas ou acima de R$2.000 para grandes reservatórios.
Quais os principais sinais de que o reservatório precisa de higienização?
Alterações na cor, sabor ou odor da água, presença de sedimentos no fundo do reservatório, tampa mal vedada ou visível acúmulo de sujeira e algas são indicativos claros de que a limpeza está atrasada e deve ser realizada o quanto antes.
A limpeza pode ser feita por conta própria?
Sim, reservatórios pequenos, como as caixas d’água residenciais podem ser limpos seguindo orientações básicas, mas estruturas maiores ou locais de uso coletivo exigem profissionais qualificados para garantir eficiência e cumprimento das normas de segurança.
Quanto tempo demora uma higienização?
O tempo varia conforme o tamanho e as condições do reservatório, mas, geralmente, o processo leva de 2 a 6 horas, incluindo inspeção, limpeza e desinfecção.
